Turismo de Portugal vai comprar 46 carros a diesel por ser a “opção mais racional”
Marcelo Camargo / ABr
Apesar das declarações do Ministro do Ambiente, que há poucas semanas avisava para a desvalorização dos carros a diesel, o Estado deverá comprar ainda este anos 46 veículos a diesel, avança o jornal i esta quinta-feira.
De acordo com o diário, os carros serão adquiridos pelo Turismo de Portugal, organismo do Estado que considera que comprar veículos a diesel “é a opção mais racional”, sendo em conta o rácio custo/benefício e a rede de abastecimento elétrica insuficiente que existe no território português.
Ao que o i apurou, a compra dos veículos – um investimento de 672.688 euros (+IVA) – está dependente apenas do visto prévio do Tribunal de Contas. Atualmente, estão a ser usados, de forma provisória, carros alugados em regime de rent-a-car.
Contactado pelo jornal, o Turismo de Portugal respondeu, num primeiro esclarecimento, que os carros elétricos em Portugal não são a melhor opção. “Os veículos elétricos atualmente disponíveis no mercado não possuem a autonomia exigida para as deslocações que se efetuam por todo o país. Além disso, a rede de abastecimento aos veículos elétricos embora em expansão não abrange ainda todo o território, o que pode penalizar a exequibilidade das deslocações”, adiantou fonte oficial do organismo.
Que depois concluiu: “Em função do histórico da taxa de utilização dos veículos no Turismo de Portugal e atendendo ao período do contrato, o rácio custo/benefício torna a opção pelo diesel ainda como a mais racional”.
Contudo, e segundo noticia o i, esta resposta veio depois a ser alterada pelo Turismo de Portugal depois de o jornal ter questionado o Ministério do Ambiente com as aquisições em causa e os argumentos utilizados. Num segundo esclarecimento, o Turismo de Portugal apresenta outros argumentos.
“Esclarecemos ainda que o referido procedimento de contratação de veículos em Aluguer Operacional de Veículos (AOV) foi iniciado no começo de 2017. Nessa altura, concluiu-se que a autonomia dos veículos elétricos disponíveis no mercado inviabilizaria a respetiva utilização pelos nossos serviços. Os preços das viaturas também implicariam um gasto mais elevado do que aquele que foi aprovado para as mesmas 40 viaturas”.
Ainda assim, nota o organismo do Estado, a rede de abastecimentos está hoje mais robusta: “Neste momento existe uma rede mais robusta espalhada por todo o país e os desenvolvimentos tecnológicos e as soluções disponíveis no mercado garantem já uma autonomia superior à que existia no momento em que se iniciou este procedimento”.
O organismo acaba por dizer que se fosse hoje escolhia carros elétricos, os mesmos que inicialmente dizia ser a opção menos racional: “De acordo com os pressupostos atuais, o Turismo de Portugal colocaria como opção prioritária contratar veículos elétricos”.
“Temos como compromisso ter toda a frota elétrica até 2023, na sequência da Estratégia Turismo 2027, e pretendemos proceder à substituição das viaturas a diesel do presente contrato por viaturas elétricas assim que seja contratualmente possível”.
Esta notícia surge menos de um mês depois de Matos Fernandes ter afirmado que “quem comprar carros a diesel não terá valor na troca daqui a 4 anos”. A frota automóvel do Estado tem mais de 70% de veículos a gasóleo, recorde-s